terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Somente o que sentimos justifica o que fazemos"

Esse é o lema da torcida do Fluminense, há mais de um ano, quando festas inesquecíveis foram organizadas para os jogos do time na Libertadores 08. Sem qualquer apoio físico ou financeiro dos dirigentes do clube, os torcedores prepararam verdadeiros shows nas arquibancadas do Maracanã, movidos apenas por uma paixão. Paixão essa, que não vai embora se o time passa quase todo o Campeonato Brasileiro de 2009 brigando para não ser rebaixado.

E são nessas horas mais difíceis que torcedor tricolor tem se mostrado imprescindível. Uma arma fundamental na arrancada do time para permanência na série A.

O Fluminense tinha, há apenas sete rodadas atrás, 98% de chances de disputar a série B no ano que vem. Os sábios jornalistas já davam o rebaixamento como certo, os oportunistas rivais inventavam piadas, e até a diretoria pó de arroz pretendia dar férias antecipadas aos seus jogadores. Somente os fanáticos torcedores continuavam a comprar seus ingressos e gastar suas gargantas. Porque, de uma forma ou de outra, eles entendem mais de “Fluminense” do que qualquer jornalista do planeta. E sabem que, no tricolor, “quem espera sempre alcança”.

Para uma camisa acostumada a vencer no último minuto, 98% está ainda muito longe de uma certeza absoluta. Os torcedores sempre souberam disso. Os jogadores ouviram os gritos desses fanáticos, e conseguiram entender o que significa vestir essa camisa. Depois disso, Fred e seus companheiros não mais perderam no Brasileirão. O Fluminense se transformou, com o apoio de sua apaixonada torcida, num time que se recusa a jogar a toalha. Num time que desconhece a palavra “desistir”.

Após a derrota pela Sulamericana, contra a LDU, em Quito, pelo extensivo placar de 5x1, alguns jogadores se abateram. Talvez todos. Enquanto voltavam de viagem se lamentando e tentando entender o que aconteceu, os torcedores inacreditavelmente se alimentavam do sentimento tricolor. Aquele que não os permite desistir. E, cobertos por bandeiras, camisas, faixas e sentimento, invadiram o Galeão cantando músicas e mostrando ao mundo o tamanho da sua paixão. A invasão rendeu mais três pontos ao tricolor que finalmente conseguiu deixar o Z-4.

Amanhã, novamente contra o carrasco equatoriano, o Fluminense clama pela sua torcida para conquistar uma vitória épica. No jogo de volta, o time das Laranjeiras precisa de números. Seja em gols, ou em vozes. E, quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: Os torcedores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas”(Nelson Rodrigues). E saem mesmo.

Mas o apoio começou antes disso. Ansiosos pelo jogo e já pensando em como poderão se tornar úteis e fundamentais na vitória, alguns tricolores decidiram montar um vídeo motivacional que já foi entregue à comissão técnica. Se a LDU tem a altitude que faz a diferença, o Fluminense tem a sua torcida cheia de atitudes que fazem a diferença.

Só o que eles sentem justifica o que fazem por este time. Missão impossível amanhã? Talvez para os outros.

“Uma torcida não vale a pena apenas pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte da paixão”. (Nelson Rodrigues)


Vídeo feito pela torcida em apoio aos jogadores.
http://www.youtube.com/watch?v=hpnBDW4OZss

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